sábado, 27 de junho de 2015

CARTA ENCÍCLICA
LAUDATO SI’
DO SANTO PADRE
FRANCISCO
SOBRE O CUIDADO DA CASA COMUM


1. «LAUDATO SI’, mi’ Signore – Louvado sejas, meu Senhor», cantava São Francisco de Assis. Neste gracioso cântico, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços: «Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras».[1]
2. Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que «geme e sofre as dores do parto» (Rm 8, 22). Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos.

CONHEÇA A ENCÍCLICA, NA INTEGRA: 

http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Papa Francisco vai discutir futuro das cidades com prefeito de BH


São Paulo - O Vaticano convidou o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), para debater com o papa Francisco o desenvolvimento das cidades, tema abordado na encíclica "Laudato si", divulgada na semana passada. A audiência do pontífice com os prefeitos de 50 capitais do mundo, incluindo Lacerda, será realizada no dia 21 de julho. O evento reunirá também ambientalistas e especialistas em planejamento urbano na sede das Pontifícias Academias de Ciências e Ciências Sociais, no Vaticano.
O papa Francisco fará uma exposição aos prefeitos e ouvirá relatos de experiências dos administradores municipais. Além do workshop, Marcio Lacerda participará do Simpósio "Cidades e Desenvolvimento Sustentável", organizado pela Santa Sé em parceria com a Rede de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
O presidente da Frente Nacional de Prefeitos pretende encaminhar ao papa Francisco o documento final do III Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), realizado em Brasília, em abril.

Veja também

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Papa divulga encíclica 'histórica' sobre aquecimento global; conheça 5 pontos-chave

  • Alberto Pizzoli/AFP
Em uma encíclica divulgada nesta quinta-feira (18), o papa Francisco expôs seus argumentos científicos, teológicos e morais para que sejam desenvolvidas estratégias contra as mudanças climáticas, classificadas por ele como "urgentes e inadiáveis".

O papa descreveu o dano contínuo à natureza como "um pequeno sinal de crise ética, cultural e espiritual da modernidade".

Encíclicas são circulares papais dirigidas a bispos de todo mundo (e, como resultado, aos fiéis) informando a posição da Igreja Católica sobre determinados assuntos.

A solução, segundo o pontífice, vai exigir um alto grau de sacrifício e o que chamou de uma "corajosa revolução cultural" em todo o mundo.

A encíclica, intitulada Laudato Si (Louvado Seja) e descrita por alguns como "histórica" tem 190 páginas e aborda temas gerais. É a primeira vez que um papa dedica um documento do tipo à preservação ambiental.

Confira os principais pontos do documento:

1) O aquecimento global é real

Segundo o papa, "há um forte consenso científico" sobre a existência do fenômeno.

Francisco afirma que se não forem tomadas medidas para frear o aquecimento global, o volume de água potável cairá, a agricultura ficará prejudicada e plantas e animais serão extintos.

No documento, o pontífice também alerta sobre o perigo da elevação do nível do mar ? o que poderia acabar inundando algumas das cidades mais populosas do mundo.

2) O aquecimento global é resultado principalmente da ação do homem

Francisco reconhece que a mudança climática ocorre, em parte, de maneira natural, mas estudos científicos indicam que a sua "principal" causa são os seres humanos.

O papa argumenta que o "consumismo imoral" levou a sociedade a ter um comportamento que permite a contínua degradação do meio ambiente.

"A tecnologia baseada em combustíveis fósseis extremamente poluentes, como o carvão, mas também o petróleo e, em menor medida, o gás, precisa ser substituída de forma gradual e sem demora", adverte o pontífice.

3) Os países ricos têm uma "dívida ecológica" com os países pobres

No documento, Francisco diz que os países em desenvolvimento estão à mercê das nações industrializadas, que exploram seus recursos para alimentar sua produção e consumo, uma relação que o papa classificou como "estruturalmente perversa".

O pontífice rejeita o argumento de que o crescimento econômico é a chave para a solução da fome e da pobreza e também da recuperação do meio ambiente.

Segundo Francisco, essa teoria é "um conceito mágico do mercado".

4) Criação de fortes instituições internacionais

Francisco reconhece que regulações governamentais são necessárias para frear o aquecimento global, mas destacou que o essencial é ter instituições eficientes e organizadas com poder de punir quem violar as regras.

"É essencial alcançar um consenso global para resolver os problemas mais profundos que não podem ser solucionados por ações unilaterais de países individualmente", diz o papa.

Segundo o pontífice, as regulações por si só não vão resolver o problema.

No documento, o papa pede uma mudança da perspectiva ética global sobre a preservação da natureza.

5) Pressão sobre líderes políticos e sacrifício individual

Francisco afirma que "muitos dos que têm mais recursos e mais poder econômico e político parecem estar concentrados principalmente em encobrir problemas ou sintomas, tentando apenas reduzir alguns impactos negativos de mudança climática".

O papa faz uma pedido para que que as pessoas formem redes sociais para pressionar líderes políticos e para ajudar aqueles que estão desabrigados ou desempregados por causa da mudança climática.

Ele também aconselha adotar pequenas mudanças nos hábitos diários, incluindo "usar transporte público, pegar carona, plantar árvores e desligar luzes desnecessárias."

Veja também

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Em encíclica, Papa diz temer guerra pela água ainda neste século

Vaticano divulgou encíclica sobre o meio ambiente nesta quinta.
Francisco pediu mudanças em estilo de vida e acusou potências.

Da France Presse
Papa Francisco cumprimenta fiéis durante o Ângelus neste domingo (14), na Praça São Pedro  (Foto: Tiziana Fabi/AFP Photo)Papa Francisco cumprimenta fiéis durante o Ângelus neste domingo (14), na Praça São Pedro (Foto: Tiziana Fabi/AFP Photo)

O Papa Francisco culpa a "humanidade" pelo aquecimento do planeta em sua encíclica sobre o meio ambiente publicada nesta quinta-feira (18), e ainda afirmou temer que o controle pela água por parte das grandes empresas mundiais termine por provocar uma guerra neste século.
"É previsível que o controle da água por parte de grandes empresas mundiais se converta em uma das principais fontes de conflitos deste século", escreveu o pontífice, que viveu na Argentina, sua terra natal, as tensões sociais pela privatização da água.
Francisco pediu na encíclica "mudanças do estilo de vida", e acusa as potências e suas indústrias de fazer um "uso irresponsável" dos recursos.
"A humanidade está convocada a tomar consciência da necessidade de realizar mudanças de estilo de vida, de produção e de consumo", escreveu o Papa, que acusa a "política e as empresas de não estarem à altura dos desafios mundiais", depois de terem feito um "uso irresponsável dos bens que Deus colocou na Terra".
O Papa também denunciou "a submissão da política à tecnologia e às finanças" como causa dos fracassos nas reuniões mundiais para conter o aquecimento global e a deterioração do planeta. Ele ainda denunciou o atual sistema econômico mundial que usa a "dívida externa como instrumento de controle" e os países ricos por não reconhecerem a "dívida ecológica" que têm com os países em desenvolvimento.
"A submissão da política ante a tecnologia e as finanças se mostra no fracasso das reuniões mundiais", escreveu o papa em um texto que acusa os "poderosos" de não querer encontrar soluções.
"A dívida externa dos países pobres se transformou em um instrumento de controle, mas não acontece o mesmo com a dívida ecológica (...) com os povos em desenvolvimento, onde se encontram as mais importantes reservas da biosfera e que seguem alimentando o desenvolvimento dos países mais ricos ao custo de seu presente e de seu futuro", afirma o documento apresentado nesta quinta-feira no Vaticano.
Francisco também pediu aos países ricos que aceitem um "certo decrescimento" para conter o consumismo e a pobreza.
"Chegou o momento de aceitar um certo decrescimento em algumas partes do mundo aportando recursos para que seja possível crescer de maneira saudável em outras partes", escreve o pontífice, que pede "limites" por que é "insustentável o comportamento daqueles que consomem e destroem mais e mais, enquanto outros não podem viver de acordo com sua dignidade humana".
  •  
Cópias da encíclica sobre o meio ambiente escrita pelo Papa Francisco são vistas nesta quinta-feira (18) no Vaticano (Foto: Andrew Medichini/AP)Cópias da encíclica sobre o meio ambiente escrita pelo Papa Francisco são vistas nesta quinta-feira (18) no Vaticano (Foto: Andrew Medichini/AP)
 
tópicos:

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Às vésperas de encíclica, papa apela por "nosso planeta arruinado"

Philip Pullella
Na Cidade do Vaticano
  • Reuters
O papa Francisco, que está prestes a divulgar a mensagem papal mais contestada em meio século, disse nesta quarta-feira (17) que todos deveriam ajudar a salvar "nosso planeta arruinado" e pediu aos críticos que leiam sua encíclica com boa vontade.

Nas 192 páginas da altamente pessoal e eloquente "Laudato Si (Bendito Seja), Sobre os Cuidados com Nosso Lar Comum", Francisco entra de cabeça na polêmica sobre a mudança climática, o que lhe rendeu a ira dos conservadores céticos, incluindo dois pré-candidatos republicanos à Presidência dos Estados Unidos.
Na terça-feira (16), Jeb Bush, católico convertido, disse: "Minha política econômica não vem dos meus bispos ou meus cardeais ou meu papa".
O documento é o mais controverso da Igreja desde que a encíclica "Humanae Vitae", publicado por João Paulo 2º em 1968, entronizou a proibição dos métodos contraceptivos na Igreja.
Católicos liberais se opuseram à proibição, mas a maioria saudou a postura do papa em relação à mudança climática.
Como Francisco disse que quer influenciar a cúpula climática da ONU (Organização das Nações Unidas), que acontece em Paris em dezembro, a encíclica consolida ainda mais seu papel como figura diplomática global, na esteira de sua mediação da reaproximação entre Cuba e os EUA no final do ano passado.
A maioria das encíclicas são dirigidas aos católicos, mas Francisco repetiu nesta quarta-feira que deseja alcançar um público mais amplo.
"Este nosso lar está sendo arruinado, e isso prejudica a todos, especialmente os pobres", declarou ele em sua audiência aberta semanal. "O meu apelo é por responsabilidade... peço a todos que recebam este documento de espírito aberto".

Veja também

sábado, 6 de junho de 2015


Em Sarajevo, Papa diz que se vive '3ª Guerra Mundial'

No local onde houve um massacre em 1994, pontífice afirmou que conflitos ao redor do mundo são como uma 'guerra combatida em pedaços'


O papa Francisco afirmou neste sábado (6) que se vive um clima de "terceira guerra mundial", devido aos inúmeros confrontos espalhados pelos continentes, em uma visita à cidade de Sarajevo, na Bósnia e Herzegovina, que sofreu um massacre em 1994.
 Foto: Andrew Medichini / AP
Papa durante visita a Sarajevo
Foto: Andrew Medichini / AP
"Vivemos numerosos conflitos armados. É um tipo de terceira guerra mundial combatida em 'pedaços'", disse o líder da Igreja Católica em uma missa no estádio de Kosevo, diante de cerca de 65 mil pessoas. Em 1997, o então papa João Paulo II celebrou uma missa no mesmo local. Em sua homilia, Francisco também ressaltou que o clima de guerra é "criado e fomentado pelos que especulam com a venda de armas".
"Hoje, caros irmãos e irmãs, sai mais uma vez desta cidade o grito do povo de Deus e de todos os homens e mulheres de boa vontade: guerra nunca mais", disse. "Guerra significa crianças, mulheres e idosos em campos de refugiados. Significa deslocamentos forçados, casas, ruas e fábricas destruídas e, principalmente, vidas despedaçadas. Vocês sabem bem disso, porque vivenciaram isso aqui", comentou o Papa.
publicidade
De acordo com Francisco, "a paz é obra da justiça". "Não uma justiça declamada, teorizada, planificada, mas sim, uma justiça praticada, vivida". Antes da missa, o Papa se dirigiu ao Palácio Presidencial para participar de um encontro com autoridades locais, entre elas o mandatário Bakir Izetbegovic. Ele também se reuniu com representantes de três comunidades: muçulmanos bósnios, servios ortodoxos e croatas católicos.
Em uma mensagem de paz, ele pediu para os líderes se empenharem em "passar de uma cultura de confronto e guerra para uma de encontro". "Temos tanta necessidade de nos opormos às barbáries dos que fazem de todas as diferenças ocasiões e pretextos de violência", ressaltou o Papa, que também soltou três pombas brancas da janela do Palácio Presidencial. Às autoridades políticas e religiosas, ele pediu o tratamento igualitário a todos os cidadãos diante da lei, sejam eles de comunidades étnicas, religiosas ou geográficas diversas".
"Assim, todos se sentirão parte da vida pública, gozando dos mesmos direitos e poderão dar sua contribuição ao bem comum". "Sarajevo é chamada de Jerusalém do Ocidente. É uma cidade de culturas religiosas e étnicas diversas, uma cidade que sofreu muito na história e é um caminho de paz. Por isso, faço esta viagem, como sinal de paz e oração", explicou.
Com seu papamóvel, Francisco também visitou lugares do massacre de Markale, em 5 de fevereiro de 1994, que matou 68 civis e feriu 200. Ainda hoje, o líder da Igreja Católica embarca de volta para o Vaticano.
ANSA

Papa Francisco nomeia 1º auditor-geral do Vaticano

Medida faz parte de reforma financeira na Santa Sé

O papa Francisco nomeou nesta sexta-feira (5) Libero Milone, executivo com passagens por Fiat e Deloitte, para o cargo de auditor-geral das contas do Vaticano, medida que faz parte da reforma que o Pontífice está fazendo nos órgãos financeiros da Santa Sé.    
Com 66 anos, Milone é nascido na Holanda, tem cidadania italiana e possui uma longa experiência no mercado financeiro. Entre 1975 e 2007, ele atuou em vários postos na multinacional de consultoria e auditoria Deloitte, chegando até a ser presidente e CEO do grupo na Itália.    
Depois, foi componente do comitê de auditoria do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (2008-2011). Desde 2011, ele é conselheiro independente e presidente do comitê de controle interno do braço industrial da Fiat.    
Milone é o primeiro auditor-geral da história do Vaticano, e seu escritório assumirá as funções da Prefeitura dos Assuntos Econômicos, órgão que fazia as vezes de "Tribunal de Contas" da Santa Sé.    
O italiano ainda terá dois auditores-adjuntos para auxiliá-lo no trabalho, evitando uma gestão monocrática na revisão contábil da Igreja. 
Tags: auditorias, banco, contas, milone, vaticano

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Em um momento de trevas, papa lança luz sobre a política

Padre Valeriano dos Santos Costa

Padre Valeriano dos Santos Costa

Especial para o UOL

Desde que assumiu o pontificado, o papa Francisco não parou de fascinar e surpreender em todos os campos, sobretudo, em sua relação com a política.
Já no início do pontificado, quando se encontrou com 9.000 crianças e jovens de escolas e movimento jesuítas no Vaticano, deixou claro que "envolver-se com a política é uma obrigação para um cristão". Considerou a política uma das formas mais elevadas da caridade, porque procura o bem comum. Frisou ainda que o fato de a política ser "suja" é um imperativo para o cristão imiscuir-se na política e não fazer o papel de Pilatos lavando as mãos para não se comprometer com a morte de Cristo.
A afirmação do papa Francisco sobre a importância da política como compromisso cristão está no horizonte da sua visão maior, que impregnada do olhar de Cristo, vê o mundo sem lideranças capazes de arrebanhar e construir uma agenda política positiva e portadora de esperança para todos – como Cristo via o povo de seu tempo como ovelhas sem pastores.
O papa usa sua projeção para lançar luzes num momento crítico de muitas trevas, diria o teólogo. E, como diz o sociólogo (Bauman), um momento líquido, por falta de referenciais sólidos, já tudo muda obsessivamente a serviço de um consumismo doentio, que está matando a natureza e sufocando a vida.
Por isso, o momento em que vivemos é muito vazio e propício à intransigência e à falta de diálogo. Parece-me que a iniciativa da Cátedra Diálogo e Cultura do Encontro, de altos estudos, (da Fundação Panamericana para o desenvolvimento integral, em associação com a Universidade de Vila Maria e a Universidade de Rosário, da Argentina, com apoio da PUC-SP), leu bem a postura do papa.
Com certeza a visão de diálogo e cultura do encontro capitaneada pelo papa Francisco não é "água com açúcar", mas uma busca profunda de solução para os grandes problemas da humanidade. Ninguém se esquece de suas palavras em relação ao naufrágio que matou centenas de refugiados africanos na costa de Lampedusa. "Vergonha" foi a palavra que encontrou para definir a tragédia humana e a irresponsabilidade dos líderes políticos.
Em sua agenda política reina a caridade e a preocupação com o bem comum. Por isso, o papa recebeu pessoas marginalizadas ao interno da Igreja – que um pontífice não tinha recebido ainda –, lavou os pés de prisioneiros, beijou os pés de uma muçulmana, está lutando para que termine totalmente o embargo dos Estados Unidos a Cuba e está olhando para a Ásia (sobretudo para a China) sempre pelo viés do diálogo e da promoção da cultura do encontro.
Portanto, a visão política de Francisco é consequência de sua visão de fé. Com ele, o projeto de uma nova evangelização para a Europa e para os outros continentes de matriz cristã ganha uma força nova e coloca os cristãos em linha de frente na batalha do amor, sem medo de sujar as mãos no envolvimento político de qualidade.
Com a mentalidade do diálogo e da cultura do encontro, o papa Francisco pode reverter o indiferentismo e a descristianização galopante da Europa, que segundo pesquisa recente Ibope/Worldwide está chegando ao fundo do poço: apenas 43% de europeus se declaram religiosos.
Só para termos uma ideia do que chamo de fundo do poço, no Brasil, na mesma pesquisa, 79% se declaram religiosos. Foi certamente a postura política do papa Francisco que fez o presidente de Cuba, Raúl Castro, depois do encontro com o pontífice, sair do Vaticano dizendo que voltaria a rezar e retornaria à Igreja.