domingo, 25 de maio de 2014

Terra Santa. Israel e Palestina aceitam convite do Papa para rezarem juntos no Vaticano

Francisco surpreendeu o mundo ao convidar os presidentes de Israel e da Autoridade Palestiniana para uma jornada de oração pela paz, no Vaticano
O Papa Francisco lançou o desafio e tanto o presidente israelita Shimon Peres, como o presidente palestiniano Mahmud Abbas aceitaram quase de imediato o convite. A viagem dos dois líderes até ao Vaticano deverá acontecer a 6 de Junho, dia em que ambos vão ficar lado a lado para participar numa jornada de oração pela paz.
"O presidente aceita o convite do Papa Francisco porque sempre apoiou e vai continuar a apoiar qualquer iniciativa para promover a causa da paz", afirmou à Efe uma fonte próxima do gabinete de Shimon Peres. Também o presidente palestiniano, Mahmud Abbas, aceitou o convite do Papa para rezar pela paz com o presidente de Israel, revelou à AFP o chefe das negociações da Palestina.
Durante a peregrinação à Terra Santa, Francisco surpreendeu ontem o mundo ao convidar Peres e Abbas para visitarem juntos o Vaticano e voltou também a quebrar o protocolo ao fazer uma paragem não programada na cidade de Belém junto ao muro que separa a Cisjordânia de Israel. O Papa saiu do carro e deslocou-se a pé até ao muro, num gesto improvisado quando se dirigia para a Praça da Manjedoura, onde celebrou a missa, após o encontro com o presidente palestiniano, Mahmud Abbas.
Durante a cerimónia religiosa, o Papa apelou ao "fim de uma situação cada vez mais inaceitável" no conflito israelo-palestino, defendendo que possam coexistir em segurança e paz um Estado de Israel e um Estado palestiniano. O chefe da Igreja defendeu ainda a necessidade de "intensificar esforços e iniciativas" no sentido de criar as condições para "uma paz estável, baseada na justiça".
E, por fim, fez um convite inédito aos presidentes da Autoridade Nacional Palestiniana e de Israel para se unirem num momento de oração na "sua casa" no Vaticano. "Muitos constroem a paz dia-a-dia com pequenos gestos, pequenas coisas, muitos deles com sofrimento mesmo sem terem consciência disso. Aqueles que fazem parte da Igreja têm a obrigação de se tornarem ferramentas para a paz, especialmente através das nossas orações", defendeu o Papa Francisco. "Construir a paz pode ser difícil", admitiu Francisco antes de iniciar a missa na Praça da Manjedoura, em Belém, mas em contrapartida "viver sem paz é um sofrimento", ressalvou.
"Neste lugar, onde nasceu o Príncipe da Paz, desejo fazer um convite a Vossa Excelência, senhor presidente Mahmoud Abbas, e ao senhor presidente Shimon Peres para elevarem, juntamente comigo, uma intensa oração, implorando a Deus o dom da paz. Ofereço a minha casa, no Vaticano, para hospedar este encontro de oração", afirmou Francisco.
Pedindo que se invista no diálogo "com coragem", o Papa insistiu que "não há outro caminho" e recorreu às palavras de Bento XVI quando foi à Terra Santa para reforçar a posição da Igreja: "Seja universalmente reconhecido que o Estado de Israel tem o direito de existir e gozar de paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas. Seja igualmente reconhecido que o povo palestiniano tem direito a uma pátria soberana, a viver com dignidade e a viajar livremente. Que a solução de dois Estados se torne realidade e não permaneça um sonho." A Igreja Católica há muito que defende a solução dos dois Estados, pedindo também um estatuto especial para Jerusalém, algo que Israel recusa. O Papa Francisco pernoitou ontem em Israel e hoje ao final da tarde regressa a Roma.

sábado, 24 de maio de 2014

Papa começa na Jordânia viagem pelo Oriente Médio


Visitando pela primeira vez a região, pontífice irá se reunir com refugiados da Síria e do Iraque


24 de maio de 2014 | 8h 19

Suleiman Al-Khalidi - Reuters
AMÃ - O papa Francisco chega à Jordânia neste sábado, 24, para iniciar uma intensa viagem de três dias pelo Oriente Médio, levando esperança à decrescente população cristã e um apelo aos membros de todas as religiões para trabalharem juntos pela paz.
"Esta não é uma visita protocolar", disse o patriarca Louis Sako, principal autoridade da Igreja no Iraque, a repórteres em Amã na véspera da visita.
"Este papa sente a dor dos cristãos, e a sua chegada neste momento, quando povos desta região estão passando por conflitos, matanças e destruição, é uma mensagem de convívio. É um apelo para que todos da região tenham a coragem de rever suas posições, sair desta crise sufocante", disse.
A população cristã vem diminuindo de forma constante em todo o Oriente Médio há gerações. As recentes revoltas árabes, a guerra civil na Síria e o crescimento do Islã radical só estão acelerando esse processo.
Em Israel e na Cisjordânia ocupada, mais cristãos palestinos pensam em partir, culpando Israel por reduzir as suas perspectivas econômicas e limitar a sua liberdade de movimento.
"Estamos esperando impacientemente por uma palavra do papa que fortaleça a moral. As pessoas nas ruas perguntam que mensagem o papa irá trazer", disse Sako.
É a primeira visita de Francisco, líder da comunidade de 1,2 bilhão de católicos do mundo, à região.
Depois de se encontrar com o rei Abdullah e celebrar uma missa em um estádio de Amã, o pontífice irá se reunir com refugiados da Síria e do Iraque na Betânia, às margens do rio Jordão, o local onde Jesus foi batizado, de acordo com a tradição.
Na manhã de domingo, Francisco irá de helicóptero a Belém, uma visita de seis horas ao que o programa oficial do Vaticano chama de "Estado da Palestina", uma terminologia que Israel rejeita.
Em 2012, o Vaticano revoltou Israel ao apoiar uma votação na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas para dar aos palestinos um status de reconhecimento como Estado. Israel argumenta que tal mudança só pode ocorrer por meio de negociações.




domingo, 11 de maio de 2014

Panorama Político - 09-05-2014 (O Globo - Ilimar Franco)

A oposição viável
          Quem é capaz de impedir a reeleição da presidente Dilma? E a continuidade do PT no poder? A resposta a estas perguntas, pelos eleitores, vai selar a sorte de Aécio Neves (PSDB) e de Eduardo Campos (PSB). Ontem, a vice do socialista, Marina Silva, deu um tiro no peito do tucano. Ela declarou que Aécio tem cheiro de derrota. Ficou a dúvida: Marina votaria no tucano no segundo turno?

De volta ao passado?
Os gastos nas campanhas eleitorais crescem a cada pleito. No Brasil e no mundo. Não há qualquer projeção de redução desses custos. Na contramão, o STF pode tornar ilegal o financiamento pelas empresas. Em 2010, o gasto global com as campanhas no país foi de R$ 3,23 bilhões e nada indica que haverá redução no futuro. A democracia custa caro. Os especialistas apostam no incremento do “caixa dois”, caso o Supremo proíba o financiamento empresarial. No passado, já vigorou esta proibição. Ela constava da Lei dos Partidos (1971) dos militares. Deu no que deu. Na democracia, a regra levou o país às CPIs do PC (1992) e dos Anões do Orçamento (1993).

Não vamos ser tropa de choque do governo nem ponta de lança da oposição

Eduardo Cunha
Líder do PMDB na Câmara (RJ), sobre a atuação dos deputados do partido na CPI Mista da Petrobras

Se correr o bicho pega, se ficar...
O candidato do PMDB ao governo do Ceará, senador Eunício Oliveira, pode desistir de uma aliança com o ex-governador Tasso Jereissati (PSDB). Ele teria contra si o ex-presidente Lula, o governador Cid Gomes e a presidente Dilma.


A herança
A cúpula do PMDB saiu confiante da reunião, de ontem, para avaliar recente pesquisa do Instituto GPP. A aprovação do governo Sérgio Cabral/Luiz Fernando Pezão subiu. Os pontos fortes da gestão são a retomada do desenvolvimento e o protagonismo político do Rio. Além das três marcas do governo: UPPS, UPAS e bilhete único.
Caiu na Rede
A vice do PSB, Marina Silva, esteve anteontem com o senador Pedro Simon (PMDB-RS). Ele disse que não vai concorrer à reeleição, mas que “por esta dupla (Eduardo Campos/Marina) eu tenho vontade e discurso para fazer campanha".

Intenção de voto e corrupção
Cientista político, especialista em pesquisas, relata que apenas 10% dos eleitores define o voto por um julgamento moral. Mas que uma CPI, como a da Petrobras, ajuda a fazer barulho e serve de complemento ao humor dos eleitores com a situação da economia, que é percebida por eles como resultado da atuação do governo.

Aposta no social
O Pronatec 2, cujo lançamento foi anunciado ontem pela presidente Dilma, vai criar milhares de vagas em cursos profissionalizantes específicos voltados para atender às necessidades dos assentados pelo programa da reforma agrária.

Volta ao ninho
Depois de mais de três meses distante, na última quarta-feira, o candidato do PMDB ao Senado pela Bahia, Geddel Vieira Lima, foi ao gabinete do vice Michel Temer. Eles integram o mesmo grupo no partido, mas Geddel é oposição no pleito.

O governador Cid Gomes (CE) não deu sinal verde. Seu partido, o PROS, pode não levar a cabeça do ministro Francisco Teixeira (Integração).

sábado, 10 de maio de 2014

Beatificação de Paulo VI é confirmada para outubro

Antecessor de João Paulo II teve milagre reconhecido pela Igreja


O papa Francisco confirmou para 19 de outubro de 2014 a data da beatificação de Paulo VI (1897-1978), que recentemente teve um milagre reconhecido pela Congregação para as Causas dos Santos. O evento irá acontecer na conclusão do Sínodo dos Bispos, como uma forma de homenagear o Pontífice que o instituiu.   

O milagre atribuído a Paulo VI (Giovanni Battista Montini) ocorreu no início dos anos 1990 nos Estados Unidos. Na ocasião, médicos diagnosticaram que um bebê iria falecer ainda no ventre da mãe ou nascer com má formação, aconselhando a mulher a interromper a gravidez. No entanto, a moça se recusou a aceitar a perda do filho e, após sugestão de uma freira, rezou pela intercessão do antecessor de João Paulo II. A criança acabou vindo ao mundo sã e salva.    
Depois da beatificação, deverá começar o processo para canonizar Paulo VI, algo que pode acontecer já em meados de 2015.

Tags: beatificação, milagre, papa francisco, paulo vi, vaticano