domingo, 27 de abril de 2014

Papas João Paulo 2º e João 23 são canonizados no Vaticano

Por BBC Brasil | - Atualizada às
                 

Após cerimônia inédita realizada por papa Francisco, pontífices passam a ser chamados de São João Paulo 2º e São João 23

BBC
Rodeado por uma multidão de milhares de fiéis que lotaram a praça de São Pedro, no Vaticano, o papa Francisco canonizou neste domingo os papas João Paulo 2º (1920-2005) e João 23 (1881-1958). A partir de agora, eles serão conhecidos não mais como papas, mas como São João Paulo 2º e São João 23, ambos santos da Igreja Católica.
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A cerimônia de canonização, que contou com a presença do papa emérito Bento 16, começou pouco antes das 10h (5h de Brasília) e durou pouco mais de 20 minutos. Como previsto no livro litúrgico, a celebração teve início com cânticos e uma oração coletiva em que foram invocados os nomes de vários santos.
Fiéis lotam a Praça de São Pedro para cerimônia de canonização de João 23 e João Paulo 2º no Vaticano. Foto: AP
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Em seguida, o cardeal italiano Angelo Amato, responsável pela Congregação para as Causas dos Santos – o "ministério" da Santa Sé encarregado dos processos de canonização – solicitou ao Sumo Pontífice que declarasse santos os dois candidatos. Francisco respondeu com uma frase padrão em latim ao final da qual disse "Eu os ordeno".
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Em seguida, as relíquias dos dois papas – um frasco contendo sangue de João Paulo 2º e outro com pedaço de pele retirada de João 23 no ano de 2000, quando seu corpo foi exumado para a beatificação – foram exibidas ao público. Concluído o rito de canonização, uma missa foi celebrada por Francisco.
Cerca de 1 milhão de pessoas eram esperadas pelo evento, mas autoridades de Roma acreditam que o número final possa ter chegado a 5 milhões. Telões foram montados pela Prefeitura de Roma em quatro pontos da cidade para que os fiéis pudessem assistir ao evento.
Além do ineditismo do evento – nunca dois pontífices foram santificados ao mesmo tempo – a Santa Sé também fez, pela primeira vez na história, uma transmissão em 3D pela TV e pela Internet, de olho no público jovem.
AP
Cortinas são vistas com retratos de João Paulo 2º (E) e João 23 (D) no Vaticano (25/4)
Estima-se que cerca de 2 bilhões de pessoas assistiram ao vivo à celebração em todo o mundo, que também foi transmitida em salas de cinema, inclusive no Brasil.
O Vaticano lançou também uma ofensiva nas redes sociais, com a criação de um site especial para a dupla canonização, uma página no Facebook e até aplicativos em dispositivos móveis para celulares e tablets.
Dois papas
Conhecido como o "Papa Bom", João 23 comandou a Igreja Católica entre 1958 e 1963. Nesse período, convocou e deu início ao Concílio Vaticano 2º, uma série de conferências que resultou em documentos sobre os novos rumos da Igreja Católica, com o intuito de aproximá-la do povo e adaptá-la à modernidade.
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Talvez mais popular entre os peregrinos, João Paulo 2º ascendeu ao Trono de Pedro em 1978 e lá permaneceu até 2005, quando morreu. Foi um dos papados mais longos da história e sua canonização foi a mais rápida da história moderna da Igreja.
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Segundo vaticanistas ouvidos pela BBC Brasil, a decisão de Francisco de canonizar os dois papas em um único dia seria uma tentativa de preencher o abismo entre duas alas opostas da Santa Sé: os "tradicionalistas", representados por João Paulo 2º, e os "reformistas", seguidores de João 23.
Grandes dimensões
Participaram da dupla canonização cerca de 150 cardeais e bispos e 6 mil padres. O Vaticano divulgou uma lista oficial com autoridades internacionais de 93 países, incluindo 24 chefes de Estado.
O único brasileiro na lista foi José Graziano da Silva, que, no entanto, representa a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), órgão ligado à ONU sediado em Roma que ele comanda desde janeiro de 2012.
Para atender aos milhares de fiéis que lotaram a Praça de São Pedro, o Vaticano e a Prefeitura de Roma mobilizaram mais de 2,4 mil policiais, cem ambulâncias e 2,5 mil voluntários, encarregados de distribuir 4 milhões de garrafas de água e 150 mil livros litúrgicos para que os fiéis pudessem acompanhar passo a passo da cerimônia.
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domingo, 20 de abril de 2014

Francisco pede fim de conflitos

Papa expressou preocupação com violência na Ucrânia, Síria, República Centro-Africana, Sudão do Sul e Venezuela e ressaltou mensagem de amor ao próximo pregada por Cristo
 
 

Diário da Manhã
DA DEUTSCHE WELLE
Em sua mensagem de Páscoa pronunciada, ontem, no Vaticano, o papa Francisco apelou para que tenham fim as velhas e novas hostilidades. Referindo-se às tensões na Ucrânia, ele exortou todos os envolvidos a encontrar uma solução através de negociações, com o auxílio da comunidade internacional.

O pontífice dirigiu-se também às partes em conflito na Síria, para que coloquem fim à violência, sobretudo contra a população civil. Ao mesmo tempo, expressou aos cerca de 100 mil fiéis reunidos da Praça de São Pedro a esperança de que as negociações de paz entre israelenses e palestinos terão resultado positivo.

EXPRESSAMENTE

Sobre a onda de perseguição a cristãos, Francisco lamentou os atentados contra igrejas na Nigéria, assim como os sequestros de padres e bispos em diversos locais. Ele ainda chamou, expressamente, a atenção para a violência da República Centro-Africana, no Sudão do Sul e na Venezuela.

“Bom almoço”

O papa lembrou que a boa nova do Cristo ressuscitado na Páscoa “é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído”.

Durante a missa de Páscoa na Praça de São Pedro, Francisco rezou para que o Senhor ressuscitado ajude a humanidade a vencer a chaga da fome, “agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices”, assim como para proteger os indefesos, “sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos, por vezes objeto de exploração e de abandono”.

Ao fim da cerimônia do Domingo de Páscoa, o papa argentino de 77 anos concebeu a tradicional benção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo). A exemplo do ano anterior, ele abriu mão das saudações pascais em diversos idiomas, como era hábito de seus antecessores, João Paulo 2º e Bento 16. Em vez disso, Francisco se despediu singelamente, desejando “bom almoço”, antes de atravessar, no papamóvel aberto, a multidão reunida na praça.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Papa perde perdão por abusos sexuais de padres

Agência Estado            
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GREGORIO BORGIA/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O papa Francisco pediu perdão a pessoas que foram abusadas sexualmente por padres e prometeu que haverá um caminho sem volta na luta para proteger as crianças.
Francisco falou de improviso nesta sexta-feira para os membros da Escritório Nacional de Crianças Católicas, uma rede católica francesa de organizações que visam proteger os direitos das crianças.
Em seu discurso, relatado pela rádio do Vaticano, Francisco disse que sentiu "um chamado" para assumir este compromisso e pedir perdão por todo o mal que alguns padres haviam cometido contra crianças.
"Nós não queremos dar um passo para trás na resolução deste problema e as sanções que devem ser impostas. Pelo contrário, acho que devemos ser ainda mais fortes! Você não brinca com a vida das crianças", afirmou. Fonte: Associated Press.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Papa Francisco proclama padre José de Anchieta como novo santo

quinta-feira, 3 de abril de 2014 08:40 BRT
 

 
 
3 Abr (Reuters) - O papa Francisco assinou nesta quinta-feira o decreto de canonização do padre José de Anchieta, transformando em santo o missionário jesuíta considerado o "Apóstolo do Brasil" e um dos responsáveis pela fundação da cidade de São Paulo.
Anchieta, nascido em março de 1534 nas Ilhas Canárias, na Espanha, chegou ao Brasil com apenas 19 anos e viajou o país inaugurando missões religiosas e atuando na catequese de índios, inclusive tendo aprendido o tupi. "Anchieta é santo. Na manhã desta quinta-feira, 3 de abril, o papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato", informou nota no site do Vaticano. "Depois de ouvir o relatório sobre a vida e a obra do 'Apóstolo do Brasil', o pontífice assinou o decreto que reconhece a figura e a grandeza do missionário, colocando assim seu testemunho como exemplo para os cristãos de todo o mundo." O primeiro pedido de canonização de Anchieta foi feito há 417 anos. Depois de um novo pedido apresentado em outubro de 2013 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o papa Francisco ligou pessoalmente para o presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno, informando sobre a canonização, de acordo com o Vaticano. Junto com o padre Manoel da Nóbrega, Anchieta fundou em 25 de janeiro de 1554 um colégio em Piratininga, onde aos poucos se formou um povoado ao redor que foi batizado pelo missionário de São Paulo, em homenagem ao dia em que se comemora a conversão do apóstolo Paulo. Anchieta morreu em 1597, aos 63 anos, na aldeia de Reritiba, cidade no Espírito Santo que hoje leva seu nome. (Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; Edição de Camila Moreira)