Vaticano - Papa Francisco (Blog N. 347 do Painel do Coronel Paim)- Parceria: Jornal O Porta-Voz
domingo, 8 de novembro de 2015
"Roubar é um crime", diz Papa sobre novo vazamento de documentos do Vaticano
Por
Ansa |
Informações revelam gastos exorbitantes de membros da Igreja Católica e resistência às reformas propostas pelo pontífice
Pela
primeira vez, o papa Francisco fez uma menção explícita neste domingo
(8) aos últimos escândalos envolvendo o Vaticano e afirmou que "roubar
documentos é um ato deplorável". "Roubar é um crime. Divulgar
aqueles documentos foi um erro. É um ato deplorável que não contribuiu
em nada", disse o líder da Igreja Católica durante a tradicional
celebração do Ângelus, na Praça São Pedro. "Sei que muitos de vocês
ficaram perturbados com as notícias dos últimos dias de que documentos
reservados da Santa Sé foram pegos e publicados. Este triste fato
certamente não me afasta do trabalho de reforma que estamos levando
adiante com meus colaboradores, com o apoio de todos vocês e de toda a
Igreja.", argumentou Francisco.
Na última quinta-feira (5), chegaram às bancas
dois livros que citam documentos secretos do Vaticano. Um deles,
"Avarizia" (Avareza), do jornalista Emiliano Fitipaldi, retrata o
império financeiro da Santa Sé e denuncia o gasto de milhares de euros
com voos de classe executiva, roupas sob medida e móveis finos
utilizados por membros da Igreja.
A outra obra, "Via Crucis", do
também jornalista Gianluigi Nuzzi, conta como Francisco tem encontrado
resistência para colocar em prática suas reformas por transparência e
gestão de gastos no Vaticano. Eleito em março de 2013, após a renúncia
histórica de Bento XVI, Francisco criou várias comissões para promover
reformas na cúria, algumas delas contra a corrupção e má gestão de
instituições financeiras.
Mas esta não é a primeira que o Vaticano é
assolado por um escândalo de vazamento de documentos. Em 2012, cartas
sigilosas sobre divergências entre Bento XVI e seu então secretário de
Estado, cardeal Tarcisio Bertone, levaram à prisão do mordomo Paolo
Gabriele e contribuíram para o Papa renunciar.
O
caso ficou conhecido como "Vatileaks" e foi Nuzzi quem publicou os
documentos, no livro "As Cartas Secretas de Bento XVI". Agora, o novo
vazamento tem sido chamado de "Vatileaks 2" e o suspeito principal é
Mario Benotti, funcionário do Palácio Chigi, mas também jornalista com
fontes próprias no Vaticano. "Com estupor e profunda amargura, li
algumas notícias nos jornais que me relacionam ao 'Vatileaks'. Queria,
primeiramente, destacar minha total alieanação e, depois, dizer que não
fui notificado de nada e nem estou sendo investigado", disse Benotti,
defendendo-se.
Detentas fazem flash mob para o papa em presídio na Itália; assista
Duas
pessoas, Lucio Vallejo Balda e Francesca Immacolata Chaouqui, também
estão sendo investigadas pelo Vaticano e chegaram a ser detidas na
semana passada. Os dois eram membros da Comissão de Estudo sobre
Atividades Econômicas e Administrativas, órgão criado pelo Papa para
analisar a situação patrimonial da Santa Sé em vista de reformas
financeiras. A suspeita é de que a dupla tenha divulgado documentos
sigilosos.
Além disso, o computador do revisor de
contas da Santa Sé, Libero Milone, fora violado em outubro. Benotti é
amigo de Chaouqui, já trabalhou na Radio Vaticano e na Rai World. Presta
trabalhos para o Palácio Chigi, para a Prefeitura de Florença e para a
Universidade Sapienza, em Roma. No Vaticano, ele é colaborador do jornal
"Osservatore Romano", é Cavaleiro do Santo Sepulcro de Jerusalém e
consultor do Pontifício Conselho para as Obras Sanitárias.
Com a
Prefeitura de Florença, Benotti era conselheiro do prefeito Dario
Nardella para assuntos religiosos e ajudava a organizar a visita do Papa
à cidade, no próximo dia 10. Devido às especulações, ele resolveu se
afastar dos cargos.
Papa diz que não é possível falar de pobreza e levar vida de faraó
Declaração foi após revelações sobre o esbanjamento de alguns cardeais. Francisco deu entrevista a jornal holandês.
Da France Presse
O Papa Francisco durante a missa matinal no Vaticano
nesta sexta-feira (6) (Foto: L'Osservatore Romano/AP)
O Papa Francisco advertiu em uma entrevista publicada nesta sexta-feira
(6) que não se pode falar de pobreza e depois levar "uma vida de
faraó", após as revelações sobre o esbanjamento de alguns cardeais no
escândalo conhecido como o Vatileaks 2.
"A Igreja deve falar com a verdade e também com o testemunho, o
testemunho da pobreza. Não é possível que um fiel fale de pobreza e dos
sem teto e leve uma vida de faraó", disse o pontífice ao jornal holandês
"Straatnieuws", de Utrecht.
"Na Igreja há alguns que, ao invés de servir, de pensar nos demais
(...) se servem da Igreja. São os arrivistas, os que estão apegados ao
dinheiro. Quantos padres e bispos deste tipo já vimos? É triste dizer,
não?", disse na homilia durante a missa matinal no Vaticano.
Dois livros publicados na quinta-feira (5) em várias línguas revelaram,
graças a documentos confidenciais, a gestão calamitosa das finanças
vaticanas e o esbanjamento de alguns religiosos, instalados em
apartamentos luxuosos.
O papa prometeu recentemente a um de seus auxiliares, citado na edição
desta sexta-feira do jornal italiano La Stampa, que a gestão do
patrimônio imobiliário da Igreja "vai mudar".
No entanto, advertiu Francisco ao jornal Straatnieuws, a Igreja não
poderá abrir mão da maior parte de seu rico patrimônio imobiliário, que
serve para apoiar as obras de caridade, nem de seus tesouros artísticos,
que pertencem à "humanidade".
"Se amanhã eu dissesse que iríamos leiloar a Pietà de Michelangelo, não
seria possível. Porque não pertence à Igreja. Está em uma igreja, mas
pertence à humanidade. E isto vale para todos os tesouros da Igreja",
explicou.
"Começamos a vender os presentes e outras coisas que me dão", recordou o
papa, que acaba de entregar quase 40 destes presentes por ocasião de um
evento de caridade. Entre as peças estão um carro Lancia, e um Rolex.
Em um tom mais mais leve, Francisco contou ao Straatnieuws que quando
tinha quatro anos queria ser açougueiro e que não era muito bom no
futebol com seus amigos em Buenos Aires.
"Eu era pequeno, tinha quatro anos e uma vez me perguntaram 'o que você
gostaria de ser quando crescer?'. Eu disse: 'açougueiro!', como o do
mercado em que eu fazia compras com a minha mãe e avó", contou.
No futebol, revela, "os que jogavam como eu eram chamados de
'patadura', que significa ter dois pés esquerdos. Mas eu jogava e
geralmente era goleiro".
A última semana representou um desafio para o pontificado de Francisco,
que teve questionado se teria um pulso firme necessário para enfrentar a
corrupção interna da Santa Sé e promover reformas na Igreja católica.
O predecessor de Francisco, Bento XVI, renunciou em fevereiro de 2013,
desanimado, segundo vaticanistas, pela amplitude das reformas que eram
necessárias ser feitas na Cúria.
Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF)
- Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia.
Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.