segunda-feira, 19 de janeiro de 2015



Papa diz que católico não deve ter filhos "como coelhos"

Pontífice fez um apelo pela "paternidade responsável"


Papa Francisco (Foto: Agência EFE)
O papa Francisco apelou nesta segunda-feira (19/01) a uma "paternidade responsável", e considerou um católico bom não deve se comportar "como coelhos", em entrevista coletiva a bordo do avião que o levou de volta a Roma. "Alguns acham, perdoem a expressão, que para ser bom e católico temos que ser como coelhos", disse aos 70 jornalistas credenciados no voo papal que saiu de Manila.
Essa foi a resposta Francisco a uma pergunta sobre a controvérsia nas Filipinas sobre os problemas do controle de natalidade e o uso de contraceptivos, que a Igreja Católica não admite.
Francisco explicou que os especialistas aconselham "três por família" para manter a população. "Quando é menos do que isso ficamos com problemas extremos, como poderia acontecer na Itália. Não sei se é verdade, mas em 2024 disseram que não haverá dinheiro para pagar os aposentados", acrescentou.
Para evitar isso, sua resposta e a "resposta da Igreja" é a "paternidade responsável". Como exemplo ele contou a história de um encontro que teve há alguns meses com uma grávida de seu oitavo filho. "Isso é uma irresponsabilidade! A resposta é a paternidade responsável e eu conheço muitas vias lícitas que ajudam", declarou.
Sobre os filhos de famílias pobres, o papa destacou que para elas cada filho é "um tesouro a ser amado".
Liberdade de expressão
O papa Francisco defendeu que é preciso ser prudente com a liberdade de expressão ao ser questionado sobre a recente afirmação de que responderia com "um murro" quem ofendesse sua mãe.
Durante o voo, Francisco fez referência ao atentado contra a sede do semanário francês "Charlie Hebdo" quando perguntado se foi mal-interpretado pela imprensa. "Eu não posso insultar, provocar uma pessoa continuamente porque corro o perigo de que ela se irrite. Corro o risco de receber uma resposta injusta. É algo humano", afirmou. "A liberdade de expressão tem que levar em conta a realidade humana e tem que ser prudente", completou.
Na última quinta-feira, o papa defendeu que as religiões não podem ser objetos de ofensas ou piadas porque esse tipo de atitude pode gerar reações. E citou como exemplo que, se alguém insultasse sua mãe, poderia levar "um murro".
"Em teoria, podemos dizer que não se deve ter uma reação violenta frente a uma ofensa o provocação. Em teoria, podemos dizer que contamos com a liberdade de expressão e isso é importante. Na teoria estamos todos de acordo, mas na prática somos humanos e deve existir a prudência", explicou.
"A prudência deve regular nossas relações", resumiu Francisco.

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