Papa Francisco alerta para "emergência social" após violência contra migrantes
Há dias, o centro na região de Tor Sapienza é alvo de manifestações raivosas de moradores que acusam os migrantes no edifício de tráfico de drogas, assédio sexual e pequenos delito
ReutersFoto: Max Rossi/Reuters
ROMA - O Papa Francisco alertou neste domingo para uma "emergência social" depois dos protestos violentos contra um centro de acolhimento de migrantes em Roma que enfatizou as tensões sociais crescentes em áreas decadentes da capital italiana.
Há dias, o centro na região de Tor Sapienza é alvo de manifestações raivosas de moradores que acusam os migrantes no edifício de tráfico de drogas, assédio sexual e pequenos delitos.
"Nos últimos dias, em Roma, tem havido uma tensão bastante séria entre moradores e imigrantes", disse o papa em seu discurso semanal na Praça de São Pedro, observando que incidentes semelhantes ocorreram em áreas pobres de várias cidades europeias.
"Eu pediria a todas as instituições, em todos os níveis, que considerem como prioridade algo que já equivale a uma emergência social que, se não for tratada adequadamente o mais cedo possível, corre o risco de degenerar ainda mais", afirmou.
O drama em Tor Sapienza trouxe à tona atribulações enfrentadas em muitas áreas degradadas de Roma, e agravadas pela contenção de despesas públicas em função da crise econômica persistente da Itália.
Tor Sapienza, localizada no leste empobrecido da capital, vem sendo assolada há tempos por problemas que vão do comércio explícito de drogas e da prostituição às ruas esburacadas e aos edifícios públicos em ruínas.
A região tem três centros de acolhimento de migrantes e um campo que abriga ciganos, a maioria do leste europeu. Os moradores acusam o governo da cidade de se livrar de um inconveniente em uma área pobre.
O prefeito de centro-esquerda de Roma, Ignazio Marino, ex-cirurgião de renome que assumiu o cargo no início de 2013, afirmou que os problemas de áreas como Tor Sapienza já vinham se formando há décadas e se recusou a se demitir neste domingo.
(Por James Mackenzie)
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