quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Papa se feriu no México, mas o fato não influenciou renúncia, diz Vaticano

EFE

Cidade do Vaticano, 14 fev (EFE).- O papa Bento XVI bateu com a cabeça contra o lavabo de seu banheiro durante sua viagem ao México em março do ano passado, o que resultou em um pequeno ferimento, mas tal fato não influenciou na sua decisão de renunciar ao pontificado, afirmou nesta quinta-feira o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.



O jornal italiano 'La Stampa' revelou hoje esse acidente e garantiu que o pontífice decidiu por sua renúncia após o mesmo.



Não se sabia sobre o acidente até hoje e Lombardi, apesar de afirmar 'não desmentir' as informações da publicação, não deu muita importância ao fato e disse que o acidente 'em nenhum momento teve influência' na histórica decisão.



Segundo o jornal, um prelado contou que na manhã do dia 25 de março de 2012, último dia da estadia de Bento XVI na cidade mexicana de León, o papa apareceu com sangue no cabelo no convento onde estavam hospedados.



Imediatamente, seus colaboradores perguntaram o que tinha acontecido e o pontífice contou que não tinha caído, mas que tinha batido a cabeça contra o lavabo quando entrou no banheiro às escuras e procurava pelo interruptor de luz.



O ferimento foi pequeno, segundo o prelado, e o papa seguiu com sua agenda. Médicos e colaboradores não comentaram nada e o fato não havia sido divulgado até agora.



O La Stampa afirmou que a decisão do papa de renunciar durante sua visita ao México e Cuba também foi confirmada há vários dias pelo diretor do jornal do Vaticano 'L'Osservatore Romano', Gian Maria Vian.



Vian escreveu no último dia 11, após o anúncio do pontífice, que a decisão 'foi tomada há muitos meses, após a viagem ao México e Cuba e após examinar repetidamente sua própria consciência diante de Deus'.



Lombardi, sem desmentir Vian, disse que o papa não tomou sua decisão naquele momento, mas era uma ideia que vinha à sua cabeça há muito tempo, como se pode constatar no livro-entrevista 'Luz do mundo', publicado pelo jornalista alemão Peter Seewald em 2010.



No texto, Bento XVI assegurou que, caso sua saúde representasse um impedimento para o exercício do Ministério, não duvidaria em renunciar ao pontificado.



Lombardi não deu importância à informação publicada hoje por uma revista italiana afirmando que Bento XVI decidiu renunciar ao pontificado no último dia 17 de dezembro, após receber um novo relatório sobre o escândalo 'Vatileaks', do vazamento de documentos oficiais do Vaticano, que revelava uma 'forte resistência' às medidas de transparência pedidas por ele na Cúria romana.



O porta-voz reafirmou as palavras do papa de que a renúncia aconteceu porque lhe faltam forças para exercer o Ministério de Pedro.



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